Crônica: Pais Omissos

atlanta

Por Marcísio Bahia

mar11

Adolescentes, na sua maioria rapazes, adotam a tal “Vida Loka”, que é uma mistura de correr perigo desnecessário, tratar agressivamente o meio, e as pessoas que pensam diferente deles, além do vandalismo até ações criminosas mais graves. Os pais omissos permitem, ou se fazem de “cegos” diante do enorme problema que a sociedade contemporânea brasileira atravessa. Os missionários educadores tentam corrigir em sala de aula, mas fica impossível tentar “reformar” o que sobrevive sem alicerce.

O discurso da falta de oportunidades para os jovens já é coisa do passado. O que impera hoje é o reclame do mercado de trabalho para a mão de obra especializada. Entretanto, a falta de interesse da tal juventude “Vida Loka” está corroendo pilares importantes da base social, e isso tende a piorar o quadro, já que na atualidade “bandidos e mocinhos” convivem na mesma sala de aula, na mesma lanhouse, na mesma balada, e a contaminação de práticas nefastas acontece gradualmente.

Não culpemos governo, sistema de ensino ou a crise econômica. O que se tem de melhorar é o interesse dos pais para com a vida de seus filhos. São adolescentes fazendo de suas vidas o que bem querem, andando em motos roubadas, patrocinando ou trabalhando nas “bocas”. É quase inacreditável que os pais não estejam percebendo dentro de casa as mudanças que ocorrem no comportamento de seus filhos.

Décadas atrás, as “más companhias” eram poucas, destacadas à margem do seio social. Diferente de hoje, onde a lama se misturou à água e fica difícil separar quem presta de quem não presta. Não queremos despejar toda a culpa nos pais,contudo temos que atacar a omissão como uma doença da convivência dos dias atuais. Seres humanos agindo como PontiusPilate, lavando as mãos diante das missões divinas que nos são apresentadas e, talvez a maior delas seja a de educar um filho para a vida, com valores, onde ele atue em nosso progresso e possa preservar, com segurança, o futuro pacífico da sociedade.



Artigos, Vitória da Conquista

Comentário(s)