Fêmea do Camaleão

iben conquista

Por Marcísio Bahia

mar11
Marcísio Bahia é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz

A chegada da Nova Era nos fins do milênio passado, enchia-nos de esperanças de que houvesse uma ruptura com as velhas práticas sociais, e entraríamos em um mundo mais harmônico, mais leal e mais organizado. O século XXI apenas acentuou o aparecimento de pessoas e de grupos com jeito camaleônico, sobre os quais não podemos afirmar se tem definidos o ideal, as ideias, as propostas ou o gênero.

Os primeiros quinze anos do milênio não trouxeram à tona o cenário futurista e de paz que os cineastas vislumbraram em meados do século XX, nem a nova era de harmonia que os “espiritualistas” tanto pregaram. Trouxeram, sim, à superfície, o lodo é o ódio de uma pequena parte da sociedade arcaica que acredita em valores superados, e faz de tudo para manter o status, mesmo sabendo que a roda gira e temos que nos adaptar à realidade, cada vez mais complexa, cada vez mais exigindo conhecimento de causa para poder se expressar diante dos acontecimentos.

Tem gente agindo como facista sem, ao menos, entender o que isso significa. Tem gente agindo como ditador e, por incrível que pareça, pensando estar protestando em nome da liberdade. O certo é que as pessoas parecem entender que não querem isso ou aquilo, mas deixam de explicar o que realmente querem, o que realmente são. Por que ou por quem lutam essas criaturas?

A caminhada dos desconhecedores da causa e da história está parecida com recepção de uma clínica de oftalmologia, onde um colírio arde e embaça a visão dos pacientes. O problema que o colírio utilizado pela massa pseudoburguesa teima em não passar o efeito, e ela sai pelas ruas falando impropérios, agindo como gente tola que estava de férias em algum lugar parecido com o “triângulo das bermudas”.

Não conseguiremos nunca entender quem é o macho ou a fêmea do camaleão, coisas de substantivo epiceno, além de uma espécie dotada de artifícios para não ser identificada pelos seus algozes, assim como não entenderemos o sentido e a razão de alguns grupos sociais que se dizem avançados, apesar de desfraldarem bandeiras antiquadas e retrógadas.



Artigos, Vitória da Conquista

Comentário(s)