Por Esechias Araújo Lima – Membro da Academia Conquistense de Letras
A alma é o pássaro recôndito, camuflado nos meandros das esferas e abismos do intangível. A alma foi, é e será o engenho mais intocado do imaginário humano. Sacra, universal e volátil, habita o mundo das presunções: tem textura e cor indecifráveis.
Pois sim. Foi este o mote que Marcísio Bahia escolheu para apresentar um turbilhão de personagens que trazia no caldeirão de sua criatividade, prontos para vir a furo como um furúnculo latejante. Foi, nesta calda, que o romancista mergulhou enredos e situações, e delas retirou uma teia urdida a fios de suspense, dor, desespero, vingança e paixão.
Por não conhecer o autor, chegaram-me às mãos os originais de ALMA NUA através de um confrade. A princípio para uma revisão que se mostrou desnecessária. Ao depois, a demanda de tecer-lhe algumas linhas.
Uma vez dentro do intrincado enredo, não há como interromper o fluxo da leitura, posto que as cenas se interpõem de tal forma a não lho permitir.
Já nas primeiras páginas, constata-se tratar de romance com facetas pós-modernistas, mesclado, porém, de algumas pitadas romântico-realistas, com que grandes nomes da literatura brasileira temperaram suas obras-primas. Mais seria temeroso tentar enquadrá-lo em qualquer que fosse a Escola Literária.