Sétima Arte em Destaque: Diário de Uma Paixão

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Diário de uma Paixão é um verdadeiro romance, aquele que não perde tempo apostando em piadas fracas de pessoas caindo no chão etc. O filme se concentra no romance e no romance somente, e sucede, pois em nenhum momento nós ficamos entediados (o que é muito difícil em um filme de duas horas de duração, especialmente desse gênero), e nunca duvidamos do amor dos protagonistas. Ele se preocupa com o que importa, algo que a maioria das novas comédias-românticas vem esquecendo, que é contar uma história realmente bonita.

Noah Calhoun (Gosling) é um jovem trabalhador de uma cidade do interior, que conhece a bela Allie Hamilton (McAdams), uma menina rica que está na cidade só passando as férias de verão. Os dois se apaixonam, mas nem o pai (Thorton) nem a mãe da garota (Allen) aprovam o relacionamento, afinal eles querem que ela case com alguém da mesma classe social, o que é de certa forma bem sensato, pois a garota poderia jogar fora as oportunidades da sua vida para viver com um homem rural e configurar o que, às vezes, só seria um “Amor de Verão”. Depois de uma briga entre os dois, Allie vai estudar em uma grande cidade, acaba conhecendo um soldado e está prestes a se casar. Porém, quando ela lê sobre Noah no jornal, decide voltar ao interior para revê-lo.

Sob o ponto de vista técnico, o filme quase não falha (com exceção da cena de guerra que eles colocaram no meio do filme com uma montagem paralela horrorosa). A fotografia é muito bem feita. Podemos observar cenas maravilhosas, tais como a primeira, em que Allie olha pela janela, ou a do lago com os patos. No geral, os visuais são belíssimos. Eles conseguiram reconstruir aquele clima da década de quarenta, que mesmo eu não tendo vivido essa época eu posso admirar o trabalho deles. A direção é divertida e até um pouco inovadora com as suas narrações etc.

A história contém todas aquelas antigas convenções dos filmes românticos, mas segue muito bem e, como eu já disse, abre espaço para algumas novidades. O roteiro é bem simples (no bom sentido) e, ao mesmo tempo em que as pessoas criticam dizendo que o final é previsível, eu digo que eles não quiseram te surpreender, mas, muito habilmente, tiraram o espanto da equação e deixaram a emoção fluir. Ou seja, diminuíram o suspense e aumentaram o drama, o que facilita pra você ficar comovido. Contudo, o principal mesmo é como eles fizeram um romance clássico, bem tradicional, aumentando a sensação de estarmos em outro periodo histórico.

McAdams, como sempre, está muito bem fazendo aquilo que ela sabe fazer (a cena em que ela dá uma risada histérica de alívio é muito engraçada). Gosling, apesar de desapontar em alguns momentos, inova o seu personagem, pois nós sabemos que ele é corajoso pra falar com as mulheres, mas isso não significa que ele tenha jeito para isso, o que é cativante, ainda mais quando nós estamos acostumados a galãs que tem um resposta na ponta da língua pra tudo o que a moça fala. Os momentos em que ele espera um tempo, pensando na melhor resposta para a pergunta de Allie são raros em qualquer romance. James Garner e Joan Allen merecem destaque por suas perfomances, mas, no geral, todo o elenco é muito bem escolhido.

Só para finalizar, o que as pessoas tem contra o James Marsden? Porque eu já contei cinco filmes em que ele foi traído pela namorada (“Vestida Para Casar”, “Superman: O Retorno”, “Diários de uma Paixão”, “Encantada”, e todos os X-Men), e deve tem mais…

Veredicto: Não é necessário se você não gosta de um bom romance, mas a certamente é o  melhor romance pra assistir



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