Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb
Existem duas histórias dentro de “300 – A Ascensão de um Império” que se digladiam até a morte. Uma é sobre um mulher forte e habilidosa que, tendo sua família massacrada quando criança e os homens que a adotaram posteriormente mortos, jura vingança a qualquer preço contra o seu próprio povo, que julga responsável por essas tragédias. A outra é um pseudoépico que serve apenas para servir de alegoria e justificativa para as campanhas militares estadunidenses em sua busca por defender a democracia de ditadores orientais despóticos que não hesitam em usar homens-bomba para matar os valentes soldados defensores da liberdade. E infelizmente é este último plot que conduz o filme.
Este desnecessário novo capítulo da “saga” que começou no mais que eficiente “300″ foi escrito pelo diretor do longa original, Zack Snyder, em colaboração com Kurt Johnstad. O texto é parcialmente baseado em uma Graphic Novel ainda não lançada de Frank Miller e está impregnado pelo ultranacionalismo e exaltação da xenofobia que o quadrinista vem demonstrando em seus últimos trabalhos.
O protagonista aqui é Temístocles (Sullivan Stapleton), general ateniense que busca o apoio espartano contra as hordas invasoras do imperador persa Xerxes (Rodrigo Santoro). Temistocles, aliás, foi o responsável pela morte de Dário (Igor Naor), pai e antecessor de Xerxes e mentor da feroz Artemísia (Eva Green), grega resgatada por persas e vítima da tragédia narrada no primeiro parágrafo. Enquanto isso, a rainha Gorgo (Lena Headey) lida com as consequências da morte de Leônidas.