Sétima Arte em Destaque: O Passado

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Depois dos aclamados Procurando Elly A Separação vencedores de diversos prêmios incluindo o Óscar de melhor filme estrangeiro para o segundo, era de esperar que o novo filme de Asghar Farhadi fosse um dos mais aguardados dessa temporada de premiações. E a espera valeu a pena. Com um enredo difícil de ser explicado, mas fácil de ser acompanhado, O Passado,  consegue se firmar como o melhor trabalho do diretor até o momento.

A trama inicia com Marie (Bérénice Bejo) indo buscar Ahmad (Ali Mosaffa) no aeroporto de Paris. Aos poucos descobrimos a relação que há entre os dois: separados há 4 anos, Ahmad está vindo de Teerã para assinar o divórcio definitivo do casal. Sendo hospedado na casa da ex-mulher, ele acaba sendo inserido em todos os conflitos familiares existentes naquelas quatro paredes onde um dia ele morou.

Marie vive numa casa na periferia de Paris, junto de suas duas filhas advindas de outro casamento e o novo namorado Samir (Tahar Rahim), que trouxe junto seu filho pequeno Farour. Lucie, a filha adolescente, não aceita o novo namorado, e o clima dentro de casa parece ficar pior a cada dia que passa, sobretudo quando a relação do casal parece ficar mais séria com o surgimento de uma gravidez.

Nessa conturbada teia afetiva ainda existe a esposa de Samir, com quem ele ainda não é separado legalmente, que está em coma no hospital após uma tentativa de suicídio. A complexidade das relações familiares vai ganhando forma com o surgimento de fatos do passado, através de revelações dos personagens.

O enredo multifacetado faz com que o filme vá ficando mais intenso a cada cena. As consequências morais de uma escolha mal feita é o grande ponto abordado pelo enredo. Os personagens carregam nas costas a culpa de ações feitas no passado, e aos poucos vamos descobrindo seus segredos e suas verdades encobertas. Tudo isso ate chegar à cena final, que é de tirar o fôlego e deixar o coração na garganta.

O longa foi escolhido para representar o Irã no  Oscar, mas infelizmente não recebeu a indicação de filme estrangeiro. . Afinal, merece! Não há o que criticar. Tudo é perfeito, desde a primeira cena até a última. Farhadi se consagra como o grande diretor iraniano da década, e isso é só o começo de uma carreira que promete muito mais.



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