Sétima Arte em Destaque: Ela; indicado ao Oscar

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Começo esta critica com o seguinte questionamento: Se apaixonar é uma forma socialmente existencial de insanidade? Depois de apresentar ao mundo uma versão peculiar da tristeza por meio de metáforas e universos inimagináveis, no longa-metragem Onde Vivem os Monstros, o diretor Spike Jonze volta aos cinemas, quatro anos depois, com um projeto audacioso que fala sobre o diferente relacionamento no futuro entre um homem e uma máquina, Ela. Com muita suscetibilidade aplicada nas ações dos personagens, o famoso diretor precisava de um ator completo para executar o complexo protagonista. E acreditem, não havia escolha melhor do que Joaquin Phoenix. O porto-riquenho de 39 anos conquista o público, já nos primeiros segundos, com um maravilhoso monólogo.

Na trama, conhecemos Theodore (Joaquin Phoenix), um escritor de cartas melancólico sem muitos amigos e que vive pacatamente sua rotina de trabalho. Sua restrição social é provocada pelo rompimento com sua ex-mulher Catherine (Rooney Mara), de quem não consegue se libertar. Certo dia, caminhando pelas ruas vê o anúncio do primeiro sistema operacional com inteligência artificial e resolve levar para casa. Para sua surpresa, esse sistema é uma entidade intuitiva que entende Theodore por completo. Em uma rápida busca, um nome entre 180 mil encontrados foi o escolhido, e a dona desse nome vai mudar sua visão do mundo para sempre, e a dos cinéfilos também já que quem faz a voz do tal sistema operacional é a musa Scarlett Johansson.

É muito difícil perder alguém que a gente gosta. Aos poucos Theodore começa a entender que amar também é deixar ir embora. A melancolia do personagem é maravilhosamente bem interpretada pelo ótimo ator Joaquin Phoenix. Conseguimos sentir toda a tristeza, sentimentos e em certos pontos nos identificamos com Theodore.

E em outros não , porque em resposta minha pergunta no inicio do texto, porque o personagem se apaixona por um sistema operacional, depois de ser largado pela mulher, ele vive de memórias e totalmente recluso da sociedade, sem família e poucos amigos, vive em seu mundo solitário ,equipado de tecnologia.Isso fazendo uma análise critica comportamental do personagem adequados a nossa realidade, mas como Ela não é baseado em fatos reais e , sim um roteiro inteligentemente criado por Spike Jonze , roteiro esse vencedor do Globo de ouro e indicado ao Oscar , mostra a esquisita relação de amor entre um homem e uma máquina é brilhantemente bem explorada ao longo de todo o filme.

Uma coisa nunca antes imaginada, se torna para Theodore uma experiência grandiosa de auto descoberta, renovação de seus sentimentos e da sua vida. A visão que todos os outros ao seu redor possuem sobre essa relação também é um ponto interessante, existem muitos apoios para que ele continue, principalmente por conta das mudanças positivas que o personagem passa ao longo desse relacionamento.

Indicado  a 5 Oscars  incluindo melhor filme ,  Ela é um filme inteligente, polêmico e questionador,e surpreendente.  Spike Jonze reserva um final surpreendente, amargo e extremamente inteligente. Não, este filme não é uma ingênua celebração da tecnologia, e sim uma reflexão profunda sobre todos os aspectos que ligam os homens à máquina, e à projeção que fazemos dos nossos amores na invisibilidade do meio virtual.



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