Sétima Arte em Destaque: Beleza Americana

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Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

Considero um dos melhores filmes ja produzido nos ultimos anos o Oscarizado Beleza Americana.

Debute cinematográfico de Sam Mendes, Beleza Americana possui segmentos que deixariam, e provavelmente deixaram, diversos outros realizadores veteranos com certa parcela de inveja. Mendes não se acomodou com o brilhante roteiro de Allan Ball e construiu momentos extremamente simbólicos, que exprimem de forma visual os conceitos inseridos na trama do filme, captados habilmente pelo diretor de fotografia. O primeiro e mais importante desses elementos, que deve ser visível para qualquer espectador, são os enquadramentos de Mendes que insistentemente evidenciam a presença de rosas no ambiente em que se passam algumas cenas. Rosas não, american beauties.

Presente no nome original do filme e em sua literal tradução nacional, a american beauty é uma variação de rosa muito comum nos Estados Unidos, que é visualmente perfeita, porém não possui cheiro nem espinhos. A sutileza com que Mendes as apresenta no decorrer de seu filme faz um paralelo com as famílias suburbanas americanas que, aparentemente perfeitas com suas belas casas, carros e sorrisos, são emocionalmente vazias, particularmente ao meu ponto de vidas o filme não retrata só os americanos, mas a sociedade global de um modo geral, é isso que o filme quer dizer , das pessoas que vivem para manter o status , fingem ser o que não são.

 

Alguns dos momentos em que as american beauties aparecem e expressam esse conceito em demasia são nas mãos de Carolyn (Annette Bening), enquanto ela mostra sua hospitalidade para com seus vizinhos, em um arranjo, na mesa de jantar da família aparentemente perfeita, e sempre em abundância, quando a mais superficial personagem entra em cena: a jovem Angela Hayes (Mena Suvary).Ao criar personagens estruturalmente perfeitos e bastante complexos, Alan Ball fez do Oscar que ganhou por esse trabalho uma honraria muito merecida.

O casal principal, por exemplo, composto por Carolyn e Lester, possui tantas facetas que a cada nova visita ao filme seus personagens, somados às interpretações ricas de Annette Bening e Kevin Spacey, podem ser analisados através de óticas diferentes. A relação aparentemente não-marital que os dois mantêm, mas sim matriarcal é a que mais salta aos olhos. Basta que se repare na imposição corporal de Carol sobre Lester, que constantemente fica curvado perante sua presença, ou no tratamento infantil que o mesmo recebe de sua esposa.Uma ótima análise dos problemas existenciais da sociedade ocidental moderna, um filme com um roteiro atual , que continuará sendo ainda por muito tempo como o slogan do filme sugere:Olhe bem de perto é só a gente enxergar ao nosso meio.



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