Sétima Arte em Destaque: Minha Mãe é uma Peça

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Um filme oriundo de uma peça de teatro, que rende ao público excelentes momentos e grandes risadas. Dado a safra de comédias que se produz no Brasil atualmente, esse filme pode ser considerado acima da média, visto o filme em questão não se render ao humor negro, a piadas prontas, ou a situações prontas, criadas apenas para levar o público à risada. Minha Mãe é Uma Peça, leva o público ao riso com situações do cotidiano de Hermínia (Paulo Gustavo) uma mãe de família de classe média que colocou sua vida inteira em função de sua família, em especial do casal de filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), que moram com ela. E é justamente na relação de mãe e filhos que o filme se foca, quando Hermínia escuta dos filhos que ela não atende ao modelo de mãe que os filhos desejam.

Deste ponto de partida, como em uma sessão de analise Hermínia passa a desabafar com sua tia Zélia (Suely Franco), todas as angustias pelas quais ela passou para oferecer o melhor aos filhos. Assunto que poderiam ser tratados de forma polemica em qualquer outro filme, como a obesidade de Marcelina ou a homossexualidade de Juliano, aqui são tratados de forma leve e levam sim o público as gargalhadas sem criar o menor desconforto com os temas. Hermínia comete muitos exageros no cuidar da família, mas sempre com a intenção de acertar, de não fazer os filhos sofrerem, ou na busca de esconder as coisas ruins do mundo fora da casa. Hermínia é sim uma mãe com excessos de zelo pelos filhos, mas no fundo qual mãe não é?

 

E por isso mesmo que desde os primeiros minutos de filme, temos certo carinho pela personagem, e conseguimos identificar no transcorrer da película, em algum momento, algo de nossas mães. Por tudo que foi dito é que volto a afirmar que mesmo com o roteiro simplista, sem grandes reviravoltas ou grandes surpresas, a Dona Hermínia de Paulo Gustavo é capaz de levar muita gente ao cinema e de segurar a todos em suas poltronas. Falho mesmo só o desperdício de alguns personagens que poderiam sim gerar muitas outras risadas, destaque destes personagens fica com Ingrid Guimarães a atual esposa de Carlos Alberto (Herson Capri), o ex-marido de Hermínia. Ingrid e sua Soraya, são sem sombra de dúvidas uma promessa de grandes momentos do filme, que infelizmente não passa da promessa. Mas isso não tira do filme todo o êxito de divertir, de fazer rir, sem ser vulgar ou polemico. Que outros filmes como este possam surgir no futuro.



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