Sétima Arte em Destaque: Gravidade

Por Gabriel José – Estudante de cinema da Uesb

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A sensação de se surpreender com um filme é tão interessante, que para quem é cinéfilo chegar a ficar empolgado e satisfeito com o que acabou de ver. Confesso que não sou muito lá fã de ficção cientifica, gosto dos clássicos desse gênero, mas quando é um lançamento sinto certa preguiça em ver, mas no caso de Gravidade foi uma maravilhosa exceção. Um filme que impressiona, tanto pela narrativa e pela estética, que em toda sua projeção não perde o fôlego

O diretor Afonso Cuarón mostrou que não está pra brincadeira, com o orçamento  em US$ 100 milhões, Cuarón constrói o universo espacial inteiramente em estúdio, dispondo de uma apurada equipe técnica de efeitos visuais no desenvolvimento dos cenários. Sem a necessidade de locações, elenco de apoio grandioso ou qualquer outro gasto que pesa em um longa, o diretor faz bom uso do orçamento para entregar uma obra esteticamente impecável. É quase impossível não ter certeza de que a trama realmente está locada no espaço sideral, e sua direção é de um alto nível , usando longos planos seqüência e cortes muitos discretos.

“Gravidade” se dá principalmente pela ciência que Cuarón tem ao dar ritmo à trama, sabendo dosar os momentos de tensão, solidão e contemplação de seus personagens. A trama, em certo ponto, chega a ser simples. Três astronautas estão em pleno espaço, realizando consertos externos no telescópio Hubble, quando são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrentes da destruição de outro satélite por um míssil russo. Um deles morre, os demais ficam soltos em órbita da Terra. Todo este breve preâmbulo é apresentado numa cena em plano sequência que dura cerca de 20 minutos – algo que não soa estranho para quem já viu Filhos da Esperança, do mesmo diretor, repleto de cenas neste estilo. Trata-se de uma abertura impressionante, não apenas pela beleza das imagens da Terra vista do espaço mas pelo próprio balé criado com a câmera para acompanhar os movimentos do carismático Matt Kowalski (George Clooney) e da angustiada Ryan Stone (Sandra Bullock) em meio à calmaria aparente que se torna um verdadeiro inferno no vácuo. E ele está só começando. Poderia dar mais detalhes do desenvolvimento da trama, mas perderia a graça para quem não viu, espero  que ao assistirem a esse filme fiquei tão surpreendidos e extasiados como eu fiquei.

Há 45 anos, Stanley Kubrick lançou “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, galgado em princípios semelhantes vistos em “Gravidade”: um visual deslumbrante e uma trama particular, se eternizando na história do Cinema. Mais recentemente, em 2009, Duncan Jones trouxe de volta a temática espacial e realizou o fantástico“Lunar”, que passou lamentavelmente despercebido pela grande mídia. Mesmo sem o ineditismo da proposta (até porque estamos falando de Hollywood), é inegável que Cuarón também deixa sua marca na ficção científica contemporânea com um dos melhores filmes de 2013 até agora.



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Comentário(s)


One response to “Sétima Arte em Destaque: Gravidade

  1. Parabéns Gabriel (Biel)pelo belo trabalho!!
    Vc sempre com um olhar “além” e uma linguagem clara, escreve com imensa paixão, o que desperta nos adoradores de cinema, como eu, uma vontade e curiosidade simplesmente ‘instantânea’ em assistir o filme.
    Continue assim, pois td que fazemos com amor rende sempre bons frutos!
    Sucessos hj e FOREVER!! 😉
    bjs

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