Sétima Arte em Destaque: Jobs

Por Gabriel José/Estudante de Cinema da Uesb

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Cinebiografia é um estilo bem comum no cinema contemporâneo, mas é uma categoria de filme que é preciso muita sutileza e talento para dirigir  e interpretar um personagem que veio da realidade, seu interprete, tem que possui um talento primordial , para encarnar o personagem em questão vide, Marion Cotilard em Piaf- Um Hino ao Amor, Marion.nte , encarnou a cantora Edith Piaf , a qual eu considero a interpretação feminina digamos magistral da história do cinema. Mas, deixando Piaf e Marion de Lado, o assunto  e a personalidade em questão é Steve Jobs , interpretado por Ashton Kutcher em Jobs.

A  escalação de Ashton Kutcher, é devida a  semelhança física entre o ator e Steve Jobs é assombrosa, auxiliada por um belo trabalho de maquiagem que o leva através dos diferentes períodos pelos quais a trama avança. O problema é que isso não é o bastante. Kutcher claramente estudou os trejeitos de Jobs, mas seu trabalho se limita a imitá-los, jamais conseguindo torná-los seus.

É importante destacar, no entanto, que o fato de Kutcher não entregar uma atuação memorável não é o maior problema da produção. A grande questão é que o roteiro do estreante Matt Whiteley comete o erro de querer contar toda a vida de Jobs em pouco mais de duas horas. Felizmente, deixou de fora sua infância. Mas a juventude na faculdade, o início da Apple, o crescimento, a sua saída da empresa, o retorno está tudo lá. Como especial para a televisão seria aceitável, como cinema não funciona. Ao tentar abranger quase 30 anos da vida do sujeito, o longa acaba sendo superficial demais. Tudo é mostrado correndo. Ele tem uma namorada, ele acaba com a namorada. Ele tem um amigo, ele briga com o amigo. Ele recusa a filha, ele aparece ao lado da filha em uma situação família. Tudo é jogado na tela, sem elos de ligação, sem passagens de tempo adequadas ou inteligentes. O maior mérito da produção está em não esconder o lado, digamos, babaca de Jobs, ao retratar a forma como ele passava por cima das pessoas e não se deixava envolver por relacionamentos amorosos e de amizade. Não ignora seu lado visionário, mas também deixa claro que não foi a única pessoa responsável pela criação da Apple.

Voltando a atuação do protagonista, Kutcher se esforça, tenta repetir gestos e poses de Steve, mas lhe falta talento dramático para as cenas mais tensas. O destaque dentre as atuações acaba sendo Josh Gad, que vive Steve Wozniak. Resumo da ópera,Jobs é um filme de roteiro desconexo, Visualmente, graças ao trabalho de sua equipe de direção de arte seu diretor,  Joshua Michael Stern conseguiu trazer o mundo de Steve Jobs para a telona, mas fracassou em dar conteúdo à essa forma. Certamente, caso o visionário empreendedor assistisse a esse filme, mandaria, sem muitas cerimônias, o diretor voltar para a fase de pré-produção. Talvez a versão 2.0 tenha melhores resultados.



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