Alternativa de luxo

Por Francisco Silva Filho – Direto de Curitiba (PR)

Divagando & katilografando

Francisco CuritibaCabeças de jegue sempre soube que estavam enterradas por aí, aqui e acolá. Mas, em nossa cidade muitas cabeças de jegue ainda estão a circular. As nossas reivindicações das mais simples às mais complexas sempre encontraram e continuam encontrando barreiras intransponíveis em todas as esferas de governos, tanto pelo desinteresse desses, tanto quanto mais pelos desarticulados interesses de alguns que querem ver seus nomes em alto relevo de ouro dando autoria a tais reivindicações.

A novela novo Aeroporto de Conquista ganha capítulos em sua edição, comparável à novela norte-americana “Guiding Light” (“Luz que guia”, em português), exibida pela rede norte-americana CBS, era a mais antiga novela do mundo que durou 72 anos. Com 18.262 capítulos, o folhetim começou na rádio NBC em 1937, e mudou para a televisão CBS em 1952. Durante esse tempo, a atração foi premiada com 69 Emmys. Foi cancelada em 2009 por falta de audiência. E por isso, prenuncia-se em Vitória da Conquista mais uma novela de duração indeterminada em face de ciumeira dos personagens que querem o papel de ponta e que pouco se incomodam com o script e os papéis singulares.

Nesta quinta-feira não pude deixar de ler um desabafo de um dos principais interessados e articuladores a que o nosso novo aeroporto ganhe forma e operação. Confesso que fiquei decepcionado. Senti que o nosso novo aeroporto está virando palco de desfile de “celebridades” pardas. Que, o que deve mesmo contar é que se ele virar realidade – saindo definitivamente do campo do projeto e da licitação -, denotará quem teve competência para “mexer melhor com os pauzinhos”.

Sinceramente devo confessar que já me sinto arrependido quando, em uma crônica que dei o título de “NA FOGUEIRA DAS VAIDADES”, na qual eu vaticinei que muitos iam querer se intitular o “PAI DA CRIANÇA”. Não demorou a que esse termo se tornasse recorrente nos discursos, tanto de deputados, como dos próprios envolvidos no processo de luta pelo novo aeroporto.

Eu costumo dizer que não gosto de contrariar ninguém; mas, via de regra, sem propósito, estou sempre a contrariar. Essa questão de “PATERNIDADE” desse bendito novo aeroporto já está tomando contornos do ridículo. Está demonstrando, me desculpem os envolvidos, a pequenez e a tacanhez desses. PAI DA CRIANÇA; poupem-nos desse pastelão!

A propósito, se alguém quer mesmo ser PAI DA CRIANÇA, qualquer que seja, neste caso, novo aeroporto, mostre a sua capacidade de ser PAI, enfiei a mão no seu próprio bolso, e banque a construção desse belo e tão sonhado Aeroporto. Se tiver mesmo bala na agulha, está lançado o desafio! O Eike Batista, mesmo quebrado, toparia o desafio. E você que quer se intitular “PAI DA CRAINÇA”; vai encarar? – de saudosa memória, acabei parafraseando o Miguel Côrtes.

Pai que é pai, não encomenda, ele mesmo é que faz. Com dinheiro público ninguém é pai.

Como este assunto já está gastando muito da nossa paciência, eu gostaria e juro que sim, é de dar um tiro de misericórdia e acabar de vez com essa “fogueira de vaidades”, acreditando que o Governador da Bahia leia esta crônica, e no ensejo desta, sugerindo ao Excelentíssimo Senhor Governador Jaques Wagner, que dê um stop nesse processo de novo aeroporto, e faça uma respeitável reforma no Aeroporto Pedro Otacílio de Figueiredo, ampliando a pista para 2 mil metros de extensão, desapropriando os imóveis da Avenida Frei Benjamin até a Avenida da Integração, rebaixando o piso da referida Avenida, cujos carros que nela transitam passariam por baixo dessa nova pista desse, a partir de então, remodelado aeroporto.

Para ser sincero, a atual pista do Aeroporto de Conquista já tem extensão (1.780m) suficientemente boa para comportar os pousos e decolagens desses modernos aviões que a cada vez mais utilizam menos pista para pousar e decolar. Dessa forma, DD. Governador, estaremos jogando uma ducha de água fria naqueles que, quando souberam (em off-line) da preferência pela nova localização em que se situará o novo aeroporto, se apressaram em comprar propriedades com o único objetivo de especulação imobiliária; isto eu não estou pressupondo, outrossim, repassando ao conhecimento das autoridades que não buscam tirar proveito de evento que tal.

Aliás, sobre este assunto que comporta alguma gravidade, eu fiquei sabendo que alguns já fincaram letras escriturais em determinados imóveis com propósito de especulação futura, quem me disse não pediu segredo, todavia, por envolver um personagem interessante nesse processo, tomei a informação por sigilosa e estou dando contornos de confidencialidade.

Sei muito bem que o Governador de todos os baianos tem mais com o que se preocupar. Sei também que o Jacques Wagner tem boa memória. E neste mister, vou revolver a cápsula do tempo, em que, quando se aproximavam as eleições do ano de 1996 em nossa cidade, por nossa iniciativa, algumas cabeças pensantes no saudoso CESEC Vitória da Conquista que funcionava onde hoje funciona o DISEP, em conjunto com o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista, promovemos uma reunião com os líderes do PT da Bahia, cuja comitiva veio composta pelo “Trio de Ferro” – prefeita de Salvador Lídice da Mata, vice-prefeita Alice Portugal e secretaria Bete Wagner -, capitaneados pelo então Deputado Federal Jacques Wagner; Lessivam Pacheco e Beraldo Boaventura, deputados federal e estadual e outras autoridades tais como presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e da Petrobrás Bahia/Sergipe, além de autoridades e políticos de nossa terra, do qual não poderia me furtar, a nobre presença do Professor Itamar Aguiar que postulava candidatura à prefeitura conquistense àquela eleição, foram testemunhas do que naquela reunião se discutiu e se decidiu.

Este escrevente, DD. Governador, se bem lembrares, deu-lhe uma ideia para acabar com aquela briga intestina que corria as vaidades dentro do PT conquistense e de seus aliados, sugerindo solução exterior partidária para aquelas eleições… Não precisas fazer muito esforço.

Agora, se Vossa Excelência tiver um pouco mais de paciência, e prestar atenção nessa fogueira de vaidades que gira em torno de um ato governamental que é unicamente seu, e considerar que este escrevente tem também alguns milímetros a mais de alguma sabedoria do que naquele remoto ano de 1996, verterá atenção na minha sugestão de uma reforma VIP no nosso Pedro Otacílio de Figueiredo, para, mais uma vez contrariar, sem querer querendo, os interesses de especuladores imobiliários, dos taxistas que apostam na construção desse novo aeroporto para cobrar tarifas especiais de aeroporto fora da zona urbana. E também para sepultar de vez esse bla-blá-blá de que o aeroporto está dentro da cidade oferecendo riscos e transtornos à população, haja vista a especulação que se avizinha à construção do novo aeroporto, dessarte, quebrando esse paradigma de que o aeroporto deve estar longe dos núcleos habitacionais, posto que, essa especulação nada mais promete do que transferência de vizinhança ao novo aeroporto.

Eu sempre digo, e agora vou repetir: “onde passa uma estrada, um rio e também se constrói um aeroporto, para esses lugares sempre se verterá uma povoação, ao arrepio dos riscos que esses oferecem”.



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